Poema a Affonso Romano de Sant’Anna

Nascestes nas Gerais, mineiro, como tantos ícones da Literatura Brasileira.

A metamorfose te fez mineiro-carioca, Tiradentes e Cristo um belo acolhimento.

Os anjos sopravam a música de Bach, a ti veio o canto pelas montanhas e

Depois pelo Mar.

Iemanjá sabia do teu tamanho e da tua grandeza.

Orastes, pastoreastes, Gritos de Liberdade.

Que país é este? É o fogo e a dor do teu canto.

Reverbera até hoje a dissonância dos teus protestos, o Amor foi poetado como um lírio, cantar a vida e a morte faz parte da tua tessitura.

Drummond e Manuel Bandeira autorizaram a tua poesia.

Minas te é grata e a Cidade Maravilhosa acolheu-te como filho.

As matas e o Mar são o Infinito da tua apreensão poética.

Poetas também as almas alegres e doloridas.

Tua voz é grave como o som de um fagote, que sola em duo com o clarinete a melodia imortal.

Tu és mestre enquanto aluno também.

Tua alma carrega um vigor e uma candura.

A generosidade corre em tuas veias.

És professor de milhares de discípulos.

Pregar e ensinar são substâncias do teu ser.

Levastes a pedra de Sísifo e descestes a montanha.

Do outro lado, mais leve e criativo Os Deuses não te castigaram.

A Poesia veio lírica, forte, provocativa e cheia de amor.

Hoje, na rua Nascimento e Silva, qual Jobim, ecoas adágios, sinfonias e pausas.

O Brasil tem em tua pessoa a História de uma Cultura.

Que País é este?

É o País dos Oitentas do poeta Affonso Romano.

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