A angústia na atualidade

           

       

Vivemos tempos estranhos, onde a inquietação humana está agudizada, principalmente em nosso país. Incerteza, dúvida, desconfiança, vazio, falta de perspectiva de futuro principalmente para nossos filhos. Há um clima de uma “angústia existencial” que atualiza um movimento surgido durante e após as duas grandes guerras – a preocupação com o ser no mundo que nos lembra os versos de John Keats: “Eu era como um observador do firmamento/ Quando um novo planeta vem ao campo de visão./ Ou como o valoroso Cortez como olhar precuciente/ Fitava o Pacífico — e em delirante suposição/ Seus homens se entreolhavam mutuamente —/ Em silêncio, numa montanha em Daricão.” Versos citados por Sarah Bakewell em seu livro No Café Existencialista.A preocupação atual, edição atualizada dos famosos existencialistas: J. Paul Sartre, Simone de Bouvoir e Raymond Ayron, questões ligadas à liberdade, à existência, ao vazio e à náusea.

No Brasil após a crise na política, na governabilidade e na incoerência do poder judiciário, a noção de futuro está vaga quanto aos rumos do após-eleição. Uma eleição confusa, meio esquizofrenizante, com candidatos cantando em prosa e versos em suas campanhas, o mesmo modelo: um fala do outro; o outro denigre todos; agressões mútuas que revelam mais uma vez um despreparo do que é Política num sentido humanista e filosófico.

Não houve reforma política nem acreditamos nessa mentalidade de agressões mútuas, onde cada um promete a “salvação”. Confiar em quem? A juventude votante, atônita, perdida, cai num abismo temeroso, num clima acirrado de perspectivas de governos totalitários sem programas convincentes e promessas alucinadas e beligerantes.

Sara Bakewell escreve em seu livro uma questão muito séria: “Se evitamos a responsabilidade enganando-se e fazendo de conta que somos vítimas das circunstâncias ou dos maus conselhos de outra pessoa, deixamos de atender às exigências da vida humana e escolhemos uma falsa existência, separada de nossa “autenticidade” própria”.

Não é mais hora de projetar nos outros, no mundo, nas crises de outras nações, a nossa falta de coragem e veemência de termos nosso modelo para a nossa Nação. O potencial revolucionário que necessitamos é de um projeto de país democrático, com respeito às individualidades; um projeto onde os “políticos profissionais” não se perdurem no poder para benefícios próprios, onde os partidos não sejam grupos sectários e sedentos de poder infinito e onde haja espaço humano para desenvolver nossa jovem democracia.

Sem essa de ideais comunistas, nazistas, bolivarianos, profetas que usam o povo e o dinheiro público para enriquecimento de grupos e nações totalitárias!

Produtos & Serviços

Boletim Informativo

Notícias da SPBsb

Calendário​

Atividades da SPBsb

Jornal Associação Livre

Ensaios de psicanálise

Alter

Revista de Estudos Psicanalíticos

Textos psicanalíticos

Temas da contemporaineidade