Graciliano Ramos verteu seu sangue pela vida secas,
João Cabral de Melo Neto cantou a aridez dos sertões e da melancolia
Do Capiberibe.
Vinicius de Moraes poetou o sertão nas favelas da Cidade Maravilhosa(?)
Drummond declamou a sociedade de “homens partidos”.
Riobaldo, na pena de Guimarães Rosa, viveu a angústia do sofrido homem explorado.
Euclides da Cunha descreveu a desastrosa catástrofe entre os Coronéis e os excluídos.
Todos eles alertaram para o Apocalipse que vivemos
O suor dos negros, a espoliação do homem do campo.
A alma brasileira sofre no Inferno de Dante.
Onde andam os intelectuais, os artistas, alguns da classe média?
Ondem andam os jovens politizados(?)
Ondem andam os que ainda viveram uma educação humanista?
Esconderam-se no conforto material e nas benesses das verbas públicas?
O momento brasileiro não é uma contenda de agressões mútuas entre facções partidárias.
O momento nacional não é o uso do poder para manter o neoliberalismo destrutivo.
A águia e os abutres não podem mais se alimentar de carcaças humanas.
Estamos nos deteriorando por falta de esperanças.
Sem Filosofia não teremos um pensar sobre quem somos.
Somos bárbaros, exploradores das minorias,
Somos mentes esvaziadas de afeto, compartilhamento, parcerias.
Somos animais-humanos, mais animais do que humanos?
Ulisses descansa nos braços de Penépole.
Walter Benjamin desistiu, suicidou-se.
Tiradentes transfou-se em cinzas que não mais fazem fogo.
Brasília, uma festa só: “jantares canibais dos poderosos”
Assassinatos, estupros, inocentes baleados e mortos,
parturiantes expelindo filhos mortos nas calçadas das maternidades,
mães melancólicas sentido a perda de filhos alvejados,
“O Inferno de Dante”, atualiza-se em solo pátrio!