Videoconferência Olhares sobre Virgínia Leone Bicudo, com apresentação de Carlos César Marques Frausino, Membro da SPBsb e Diretor da Febrapsi e comentários de Jean Marc Tauszik, Membro da Sociedade de Psicanálise de Caracas (SPC) e Associação Psicanalítica Argentina (APA); Paola Amendoeira, Membro da SPBsb e Membro do Subcomitê da IPA junto às Nações Unida e do Inter-comitê da IPA sobre racismo e preconceito e Marina Massi, Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SPBSP) e Editora da Revista Brasileira de Psicanálise. A coordenação será de Lúcia Eugênia Velloso Passarinho, diretora científica da SPBsb.
21 de outubro, quarta-feira, às 20h – online
Virgínia Leone Bicudo: uma brevíssima história.
Virginia Bicudo é psicanalista e fundadora da Sociedade de Psicanálise de Brasília. Foi também educadora sanitária, visitadora psiquiatra, socióloga, professora universitária, divulgadora científica, profícua autora e protagonista de iniciativas na institucionalização, da divulgação e da interiorização da psicanálise no Brasil.
Nasceu em 1910 na cidade de São Paulo e faleceu em 2003.
Em 1945, defendeu a dissertação de mestrado na Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo denominada Estudo de Atitudes Raciais de Pretos e Mulatos em São Paulo, que contrarresta mitos e visões que postulavam a existência de uma harmonia racial e de uma democracia racial no Brasil. Um marco nos estudos raciais e nas ciências sociais brasileiras.
Foi a primeira mulher, a primeira mulher negra a deitar-se em um divã na América Latina, em 1937. Integra o grupo que dará início a edificação da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). A única mulher negra em um grupo predominante masculino e com formação em medicina.
Fatos que deixaram uma marca distintiva e duradoura na formação de futuras gerações de psicanalistas: a formação de leigos (não médicos e não psicólogos). O que perdura, até hoje, principalmente, na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e na Sociedade de Psicanálise de Brasília:
Na década de 1950 teve um programa de rádio em São Paulo, foi colunista em um jornal de grande circulação etc contribuindo para a inserção da psicanálise no ambiente cultural e socioeconômico.
Estruturou e foi diretora do Instituto da SBPSP, por um longo período; incentivou o relançamento da Revista Brasileira de Psicanálise, em 1967; promoveu o lançamento do Jornal de Psicanálise, em 1966, com o objetivo de divulgar os trabalhos dos candidatos e analistas do Instituto da SBPSP; e incluiu no Instituto a formação de analistas de crianças e adolescentes. Além de difundir as ideias de Melanie Klein e W.R. Bion.
Em 1970, Bicudo está no Distrito Federal e dará os primeiros passos para constituição da futura Sociedade. Ao longo de anos, Virgínia Bicudo se dividiu entre São Paulo e Brasília e, na companhia de outros psicanalistas paulistas, junto com colegas de Brasília, construiu as bases da futura Sociedade de Psicanálise de Brasília e lançou a Revista Alter – Revista de Estudos Psicanalíticos.
A história de Virginia Bicudo é a biografia de uma mulher incomum, dotada de uma profunda sensibilidade para compreender as vicissitudes da alma humana, com uma intensa capacidade de transformar experiências de vida em ações transformadoras.
Para conhecer um pouco mais de Virginia Bicudo…
Abrão, J.L.F. (2010) Virgínia Bicudo: a trajetória de uma psicanalista brasileira. São Paulo: Fapesp e Arte e Ciência Editora.
Bicudo, V.L. (2010) Atitudes raciais de pretos e mulatos em São Paulo. (C. Maio (Org.)) São Paulo: Editora Sociologia e Política. (Edição originalmente publicada em 1945)
_______ (1989a) Entrevista com Virginia Bicudo. Projeto Memória. Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. DVD.
Castro, R.M.O. (2017) História da psicanálise em Brasília. Revista Brasileira de Psicanálise. Febrapsi, 50 anos. Número comemorativo, p. 57-68.
Sociedade de Psicanálise de São Paulo (2004). In memoriam: Virgínia Leone Bicudo, Yutaka Kubo, Adheleid Koch. São Paulo: Autor.
