A atualidade de Martin Heidegger

           “A ausência-de-pensamento é um hóspede sinistro que, no mundo atual (1944-1945) entra e sai em toda parte. Pois, hoje toma-se conhecimento de tudo pelo caminho mais rápido e mais económico e, no mesmo instante e com a mesma rapidez, tudo se esquece”

                                                Martin Heidegger

 

O texto que elaboro algumas ideias é do belo dicurso de Heidegger no 175º do aniversário de nascimento do compositor Conradin Kreutzer em Messkirch, a 30 de outubro de 1955. Martin Heidegger um dos maiores filósofos do século XX que sempre questionou o Tempo, a Morte, o Ser e capacidade de Pensar, é um clássico e como atual, atualíssimo.

Vivemos hoje num mundo da velocidade e da crença que a tecnologia e o trabalho parecem ser a busca da “felicidade”. Com isso, a cada dia mais nos distanciamos da prática do pensar, do refletir e do meditar. Diz o nosso filósofo em seu texto que denominou de “Serenidade”: “a crescente ausência-de-pensamentos assenta, por isso, num processo que corrói o âmago mais profundo do Homem atual: o Homem atual <está em fuga do pensamento>… o pensamento que calcula corre de oportunidade em oportunidade. O pensamento que calcula nunca pára, nunca chega a meditar. O pensamento que calcula não é um pensamento que medita, não é um pensamento que reflecte sobre o sentido que reina em tudo o que existe”.

O texto de Heidegger nos leva a considerar o fato que a sociedade pós-moderna repete os idos de 1950 quando perdeu a “serenidade” da relexão e sobrevaloriza a tecnocracia e no trabalho, minimizando o que Peter Hebel escreveu um dia: “Nós somos plantas que – quer nos agrade nos confessar que não – apoiada nas raízes, têm que romper o solo a fim de florescer no Eter e dar frutos”, citação de Heidegger em seu discurso.

Assistimos atualmente, um mundo, e nosso Brasil não fica de fora, numa ideologia centrada somente no desenvolvimento tecnológico, na importância do Mercado, no recrudescimento de religiões fundamentalista, destruindo nossa cultura, nosso humanismo, as artes, a filosofia. “O homem da era atômica estaria assim entregue, de forma indefesa e desamparada, à prepotência imparável da técnica. Quando resgataremos os afetos, a compaixão, o respeito pelos povos destruídos por um capitalismo mortífero? Quando teremos coragem de fazer nossos jovens ter uma educação humanitária. Que saudade das décadas de 40, 50 em nosso país? Perdemos nossa capacidade de reflexão, meditação.

Termino hoje com uma provocação de Heidegger: “…nesse solo a criação de obras imortais poderia lançar novas raízes”. Que os governantes, que os políticos e a classe empresarial não destruam a riqueza da nossa Cultura, caso contrário estaremos nos afundando no Obscurantismo.

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