Eclesiastes, a sabedoria bíblica

Vários críticos literários e escritores, tais como Harold Bloom e Jorge Luis Borges são unânimes quando afirmam ser a Bíblia, particularmente O Velho Testamento, um livro repleto de Sabedoria além de ser um dos primeiros textos poético-literários da humanidade.

Hoje e nesse momento que estamos vivendo, trago e transcrevo alguns tópicos do Livro do Eclesiastes. Eclesiastes se traduz como “pregador” (ou “professor”).J.R. Porter, professor emérito de Teologia na Universidade de Exeter e ex-professor convidado da Faculdade Oriel, em Cambridge, as duas no Reino Unido, escreve que o Rei Salomão sempre foi identificado como autor do Eclesiastes. O livro era usado para Palestras Públicas como ensinamento para a vida dos homens. Algo no sentido de uma filosofia de vida. Escreve Porter: “existe uma ordem no mundo, mas a mente humana não pode descobri-la, e o que acontece na vida é mais uma questão de oportunidade.” O destino de sermos mortais é o tema do grande final do livro. Um livro escrito para os Ocidentais, enquanto, para os Orientais, a mesma preocupação com a inevitabilidade da morte é cantada em prosa e verso por outro livro sábio – o épico Gilgamesh.

A citação que faço agora do Eclesiastes 3:1-8 vem de encontro com nossas preocupações existenciais e a nossa condição humana de prazer e sofrimento. São pensamentos que nos remetem aos dias atuais, às crises pelas quais estamos passando desde o Sec.XX até hoje. Estamos em mudança ou involução do funcionamento mental? Os progressos tecnológicos nos oferecem prazeres e facilidades, bem como uma condição material e física intermináveis. Mas será que nossa mente progride? Somos hoje, segundo os estudiosos, o animal que mata mais o seu semelhante. Vivemos numa sociedade onde predomina o prazer pelo prazer e o individualismo narcísico arrogante, onde o Eu perdeu a noção de grupalidade, de parceria e de coletividade. Nosso governo sempre anuncia melhoras nas condições básicas de vida, moradia, aquisições materiais, ascendência à classe média (?).Será que isto vem acompanhado de educação, civilidade, cultura e ética? Tenho cá as minhas dúvidas. Às vezes sinto que é somente uma trama de criar um eleitorado para se manter no Poder, e não uma preocupação respeitosa e afetiva pela pessoa humana. A classe política não representa os anseios do nosso povo! Alguns políticos, sim. Enquanto carecermos de uma mudança política, eleitoral, tributária e previdenciária, estamos no caminho da Crise Européia, o exemplo de Civilidade de Primeiro Mundo (?) A juventude perdeu a fé na Ética e o Estado reforça, quando escândalos e mais escândalos revelam que vivemos meio ás falcatruas, conchavos partidários para tirarem benefícios próprios e de grupos dominantes. Limpeza é uma ordem governamental? – Oxalá prossiga o desvendamento da corrupção! Bom, mas vamos ao Eclesiastes e sintamos como os atos humanos e seus aspectos intrínsecos já estavam na poesia bíblica.

Um Tempo Para Todas as Coisas

“Tudo tem a sua ocasião própria, e há um tempo para todo propósito debaixo do céu./Tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de abster-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora; tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de ficar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz./ Que proveito tem o trabalhador daquilo que faz? Tenho visto o trabalho penoso que Deus deu aos filhos dos homens para dele se ocuparem. Ele fez tudo belo em seu tempo; também pôs na mente dos homens a idéia de eternidade, se bem que eles não possam descobrir a obra de Deus do princípio ao fim” Eclesiastes 3:1-8.

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