Estrada do Sol, quem sabe!

Senhor, queira acolher a minha inquietação.
Os olhos castanhos, arredondados, de um jovem,
Estraçalhados por uma bala perdida,
A juventude findava naquela hora.

Que Deuses são estes que lançam chamas de destruição!
Que razões negaram a Dádiva Divina!
Mesmo feridos, mortos, assaltados, somos
Responsáveis por nossas vidas.

Foi-se o tempo das rosas vermelhas e dos sorrisos
De humanidade dos mortais!
Foi-se o tempo de homens inteiros,
Agora é época de inumanos, de ódio esfacelador.
As cantigas de niná, passado, são vazias no presente.

A generosidade, a compaixão, hoje escassa
Perfuram de tiros, balas, estupros, assaltados, corrupção
                             (perdoar a violência inviável)

Senhor, por que exigisse a sua imagem e semelhança?
Talvez não fosse esse desígnio monstruoso que animalizou o homem?
Ouvi o canto de Dostoiévski quando travestido de Diabo pede:
Fazei-nos humanos, reconhecei-nos humanos!
                             (a face animal pode aprender a ausência de onipotência.

Espíritos sem amor e paz
Perambulam por inveja, competitividade e vingança.
O ódio tomou conta das avenidas e calçadas
A dor se transformou no meio de matar, de assassinar
                              (Não existe mais, capacidade de tolerância) 

Senhor, dai-nos confrontos criativos
Substituição de polaridades destrutivas.
Daí-nos esperança em ter esperança.
Daí-nos condições de resgatar o amor genital, dialógico.

Senhor queremos acreditar em “algo além”.
Além da morte que a desfez…
Poder mais uma vez juntos
Caminhar livremente sob o Sol”.
                                (Assim cantou o poeta Primo Levi)

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