Os 80 anos de Affonso Romano de Sant’Anna

Nascestes nas Gerais, mineiro,

Como tanto Ícones da Literatura Brasileira.

A metamorfose te fez mineiro-carioca,

Tiradentes e Cristo um belo acolhimento.

Os anjos sopravam a música de Bach,

A ti veio o canto pelas montanhas, e

Depois pelo Mar.

Iemanjá sabia do teu tamanho e da tua grandeza.

Orastes, pastoriastes,

Gritos de Liberdade.

Que País é este é o fogo e

A dor do teu canto.

Rebervera até hoje

A dissonância dos teus protestos,

O Amor foi poetado como um lírio,

Cantar a vida e a morte faz parte da tua tessitura.

Drummond e Manuel Bandeira autorizaram

A tua poesia.

Minas te é grata e a Cidade Maravilhosa

Acolheu-te como filho.

As matas e o Mar são o

Infinito da tua apreensão poética.

Poetas também as almas alegres e doloridas.

Tua voz é grave como o som de um fagote,

Que sola em duo com o clarinete

A melodia imortal.

Tu és meste enquanto aluno também.

Tua alma carrega um vigor e uma candura.

A generosidade corre em tuas veias.

És professor de milhares de discípulos.

Pregar e ensinar são

Substâncias do teu ser.

Levastes a pedra de Sísifo e descestes

A Montanha.

Do outro lado, mais leve e criativo

Os Deuses não te castigaram.

A Poesia veio

Lírica, forte, provocativa e cheia de amor.

Hoje, na rua Nascimento e Silva,

Qual Jobim, ecoas adágios, sinfonias e pausas.

O Brasil tem em tua pessoa

A História de uma Cultura.

Que País é este?

É o País dos Oitentas

Do poeta Affonso Romano.

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