Nascestes nas Gerais, mineiro, como tantos ícones da Literatura Brasileira.
A metamorfose te fez mineiro-carioca, Tiradentes e Cristo um belo acolhimento.
Os anjos sopravam a música de Bach, a ti veio o canto pelas montanhas e
Depois pelo Mar.
Iemanjá sabia do teu tamanho e da tua grandeza.
Orastes, pastoreastes, Gritos de Liberdade.
Que país é este? É o fogo e a dor do teu canto.
Reverbera até hoje a dissonância dos teus protestos, o Amor foi poetado como um lírio, cantar a vida e a morte faz parte da tua tessitura.
Drummond e Manuel Bandeira autorizaram a tua poesia.
Minas te é grata e a Cidade Maravilhosa acolheu-te como filho.
As matas e o Mar são o Infinito da tua apreensão poética.
Poetas também as almas alegres e doloridas.
Tua voz é grave como o som de um fagote, que sola em duo com o clarinete a melodia imortal.
Tu és mestre enquanto aluno também.
Tua alma carrega um vigor e uma candura.
A generosidade corre em tuas veias.
És professor de milhares de discípulos.
Pregar e ensinar são substâncias do teu ser.
Levastes a pedra de Sísifo e descestes a montanha.
Do outro lado, mais leve e criativo Os Deuses não te castigaram.
A Poesia veio lírica, forte, provocativa e cheia de amor.
Hoje, na rua Nascimento e Silva, qual Jobim, ecoas adágios, sinfonias e pausas.
O Brasil tem em tua pessoa a História de uma Cultura.
Que País é este?
É o País dos Oitentas do poeta Affonso Romano.