O amor surgiu entre tuas tatuagens,
Descrevendo imagens, curvas, labirintos e mistérios,
Tua pele morena escondida entre figuras,
Os Deuses clamaram do Olimpo a tua chegada.
Lábios arroxeados, mãos finas e esguias, olhos negros,
Uma turbulência nos gestos e movimentos,
ondas revoltas de paixão,
o corpo escultural denunciava o porvir.
O amor veio em tua ternura, candura,
O mar sabe quando oscila em ondas
O frêmito da paixão e a acalmia da paz.
O mar sabe do ir e vir ainda que haja momentos de calma.
Tuas tatuagens encondem um arco-íris de figuras caleidoscópicas
Tua voz rouca, bemolizada,
Uma sonata a dois instrumentos procurando o Som
A música inaudível que soará logo nos allegros e adágios.
Mahler osquestrou para mil instrumentos,
Mozart, brincando de menino compôs sonatas infindas
Beethoven bradou o grito da imponência,
Debussy soube olhar o mar e visualizou a tua alma cálida.
Ah! Que saudade do tempo que não te conhecia
Ah! Que ímpeto de paixão ao ver teu corpo e tua alma num conjunto
Ah! Que brilhos nos olhos dos dois amantes
Alucinando o futuro e no presente
{alumbramentos}
Um dia te verei sobre rochedos,
Olhando o mar em ti e em nós,
Voaremos não sei o destino
O que importa é a experiência do presente.